CAPOEIRA, PÉ NO CHÃO E ANCESTRALIDADE

A história de Fernanda Vieira na Capoeira

O chamado para a Capoeira, para Fernanda, foi por meio da música e o primeiro contato aconteceu na infância, em Alto Paraíso de Goiás - enquanto trabalhava como babá da filha de um professor. Apesar de nunca ter sido convidada a entrar naquele universo, a música a contagiou de tal forma que até hoje a emociona.

“Quando eu ouvia ou tocava o berimbau (médio ou viola), eu observava que, através do tocar, eu conseguia tocar todas as minhas dificuldades, lamentos, alegrias. Em todos os momentos esse percurso, de certa forma, continua comigo até hoje.”

Aos 12 anos Fernanda fez as primeiras aulas de Capoeira Angola. Para conseguir pagar as aulas, as roupas, os sapatos que usava para treinar, Fernanda passou a trabalhar em pousadas na região da Chapada dos Veadeiros, onde nasceu e cresceu. Atuou por doze anos consecutivos na FICA, participando ativamente de todas as atividades do grupo, em diferentes cidades nos estados de GO, MG, BA e no Distrito Federal. Participou de muitos encontros nacionais da FICA, onde criou vínculos com sua mestra, a Gegê; com quem conseguiu se abrir e expressar seus anseios em relação à Capoeira. Até hoje, ambas mantêm grandes trocas e respeito mútuo: “Sou muito agradecida à Capoeira e ao dono do destino por fazer meu caminho se encontrar com as mãos dela.”

O poder de transformação da Capoeira é o que mais gera identificação para a artista. O processo de compreensão de descoberta e contato com a ancestralidade, como mulher preta que é, tem sido longo e introspectivo. Ao mesmo tempo, as dificuldades financeiras são obstáculos. E, assim como todo obstáculo, precisaram ser superadas com resiliência e força.

“Hoje, com meus pés firmes, meus ouvidos atentos e a ética acordada em mim, vejo que tem uma camada capitalista que corrompe estruturas. Quando chega um momento de regar, de contribuir, de fazer a ancestralidade circular, me deparo com o capitalismo, que sem ética pode corromper uma compreensão maior da ancestralidade. E, para estar viva e circulando, ela precisa ser bem cuidada.”

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Execução :

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Este projeto foi contemplado pelo EDITAL n. 02/2024 FORMAÇÃO CULTURAL – PNAB-Goiás

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